Sobrevivência de Sentires
Desse amor, puro e, no entanto, sensual,
agridoce e quase cítrico,
aromático como a terra molhada,
e que ficou doendo cá dentro.
Foi quase uma honra caminhar contigo,
em silêncio — como quem não sabe
nem quer saber
do que pode ou vai acontecer.
Seremos reais, talvez...
ou apenas mundo de palavras,
enroladas no peito
de uma estória por contar.
Ou o poema que ainda não foi escrito:
com palavras leves ou intensas,
enredos suaves ou selvagens,
sobrevivência de sentires.
E ficou aquele abraço tão terno,
as mãos entrelaçadas,
as ruas calcorreadas,
os enigmas desentrançados.
Sempre que quiseres,
solta o sentir — eu sei ouvir;
e, se tiver que ser,
também sei calar.
© Piedade Araújo Sol 2025-07-29
Imagem :Ilya Kisaradov
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